Três anos de eterna saudade...

Avó Francica - 7/8/1923 - 28/1/2005

A maior dor

Cresceste, querida avó, tão pobrezinha...
O pé descalço e um sorriso rasgado.
Tempo em que eras feliz e dançavas
E eras a mais linda do povoado!
A vida encaraste-a de frente,
Com a força que só há numa mulher.
Falavas de tristeza alegremente
E a todos nós tu deste um novo Ser.
Mas hoje neste dia tão cinzento,
As minhas mãos nas tuas, já tão frias,
Dão nova voz ao meu pior tormento.
Que possas ver-me tu da eternidade,
Já que adeus, eu não pude dizer-te
E o peito dilacera-se em saudade...

Paula Correia,

a tua neta que te ama muito.

Três longos anos, desde que te vi partir. Desapareceste da minha vida, mas nunca do meu coração...

Perder-te

Se soubesse que para sempre te perderia,

Fincava bem fundo as raízes minhas

No solo desgrenhado do teu coração.

Sorrindo ao espelho, eu não te vi presente.

Tinhas partido de mim, meu amor.

Olha, ao longe se avistam as gaivotas.

Batem asas no silêncio vespertino

E apontam-me os nossos destinos,

Separados, murados, escondidos...

E eu que fujo dos braços da água

Para olvidar-me da tua voz de mar.

Doem-me os olhos de não te ver.

Esta luz do Sol que não me aquece,

É a ausência tua, um fruto amargo,

Que a vida ousou plantar dentro de mim!

(A beleza do meu Ser - Corpos Editora)

Paula

Hoje perdi o meu sonho amado.

Deixei-me morrer em solo sagrado,

Como quem procura santificar a dor.

A vida foge-me entre os dedos

E eu a vê-la passar entre arvoredos,

Com a passividade de um lago.

Sou como a ovelha desgarrada.

Perdeu-se do rebanho, mais nada…

Bebi mágoas em pétalas de rosa!

Deixei passar o tempo mudo,

Pensava que o amor era tudo,

Ia recortando luas de papel.

Tinha tanta sede de viver,

Que imaginava que sofrer

Não era mais que sentir dor.

E assim se apagaram estrelas,

Aos santos se acenderam velas,

Inventou-se uma fé qualquer!

Nos olhos escuros, magoados,

Semeei lágrimas nos beirados,

Na esperança de voltar a sentir.

E a criança que dentro deles mora,

Por vezes, pergunta-me e chora:

“Oh, Paula! Porque não voltas a rir?”

(A beleza do meu Ser - Corpos Editora)

A beleza do meu Ser

O meu nome é Paula Correia e tenho 29 anos. O bichinho da escrita despertou em mim quando ainda era muito nova, nas aulas de Português. Eu escrevia bem, não dava erros e adorava fazer "Composições". Não demorou muito até que, com treze anos decidisse que era isso que queria para a vida: ser escritora! E vivi sempre movida por esse sonho.
Escrevo um pouco de tudo. Comecei por escrever livros que emprestava às amigas e elas adoravam. Passado algum tempo comecei também a escrever textos e anos mais tarde apaixonei-me pela poesia.
Tenho como grandes referências na literatura: Luís de Camões, Bocage, Antero de Quental, Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa e Shakespeare. Gosto de quase todo o tipo de música, desde clássica até ao metal. Interesso-me também por fotografia, religião e ocultismo, artesanato e artes em geral. Além de escrever, também faço bijutaria, como podem constatar no meu outro blog (Miss Anger).
No dia 26 de Novembro de 2005 realizei o meu grande sonho e editei o meu primeiro livro: "A beleza do meu Ser", através da Corpos Editora. Este livro pode ser adquirido através dos seguintes links:

http://www.poetria.pt

http://www.corposeditora.com

http://www.luso-poemas.net/modules/news_04/article.php?storyid=21


Para quem preferir comprar no mundo real ;) :

Livraria Almedina no Arrábida Shopping

Livraria Poetria - Rua das Oliveiras,70 R/C Lojas 5/13- 4050-448 Porto (Frente ao teatro Carlos Alberto)

Aproveito para agradecer a todos quantos compraram o meu livro, permitindo-me assim voar um pouquinho mais alto neste meu sonho. Sem vocês nada seria possível!
Antes da publicação do livro, criei, em conjunto com dois amigos, um site de poesia denominado "Alma Lusa" que se encontra em fase de remodelação. Participo ainda no site "Luso Poemas", onde tenho publicados vários poemas e textos da minha autoria.
Neste momento encontro-me a escrever o meu segundo livro. Este livro é a minha autobiografia e está a ser escrito à vários anos, pois embora seja um testemunho de esperança e luta, nele são retratadas memórias muito dolorosas. Em breve será lançada uma colectânea de poemas para a qual fui convidada e com toda a honra aceitei participar. Se quiserem saber mais sobre este projecto podem ver aqui:

http://lastgoodbadidea.blogspot.com/2008/01/nas-aguas-do-verso.html


E assim dou início a este cantinho, que pretende ser um lugar de muitos sonhos, lágrimas, muita vida e muita esperança. Espero que gostem do meu trabalho, que sintam prazer ao lê-lo e sobretudo que vos toque na alma com tanto sentimento quanto eu tenho ao escrever. ;)